segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

A saga da gaveta com o tom trocado

Malandrinha é uma pessoa amarga na sua essência. Tudo a revolta e é causa para grandes dramas e reclamações sem fim. Pois que uma destas revoltas profundas recaiu sobre uma gaveta. Esta gaveta.

Pensam que Malandrinha reclama e não faz nada??? Bem desejava o marido de Malandrinha que assim fosse. Mas não é.

Comecemos pelo início: Malandrinha, num dia de grande ócio, começa a olhar para os seus móveis. Repara que o tom de branco da gaveta não é exactamente igual ao tom de branco dos restantes móveis. Talvez seja por estarem afastados uns dos outros... puxa para aqui, puxa para acolá.. pois... não são iguais... Começa a saga da gaveta com defeito! Contacto atrás de contacto, departamento atrás de departamento, vem um senhor a casa fazer o controlo de qualidade, declara que apesar de não ser exactamente igual não é diferente o suficiente para realizar uma troca. Pobre alma, não conhecia Malandrinha. Lá leva fotos minuciosas para análise. Concluem que o tom não tem diferença suficiente. Malandrinha fica indignada, reclamação da gaveta para cá, reclamação do atendimento para lá. Vem novamente o senhor fazer o levantamento, que de resto concorda totalmente que existe uma diferença de tom. Finalmente mandam fazer a gaveta nova. Vêm entregar. Não fazem montagem 😐 bolas... Ok, o marido de Malandrinha logo troca a gaveta. É só uma gaveta... 🙅

Marido de Malandrinha chega, olha para a gaveta 😕 declara que a diferença de tom não é suficiente para justificar o trabalho que lhe dará trocar a gaveta 😐

Gaveta nova continua arrumada na arrecadação, de onde provavelmente nunca sairá. Pelo lado possitivo: Se um dia uma criança destruir aquela gaveta em particular, temos uma de reserva 😊

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Forretices

Todos temos aquele membro da família cuja forretice dá azos a longos serões em frente à lareira, recordando aqueles belos tempos...

Eis que uma dessas histórias recai recisamente na minha casa.

Há muitos, muitos anos, Malandrinha, proveniente de famílias modestas, possuía poucos brinquedos. Todos eles cuidados como se de reliquias se tratassem. Claro que alguns, como reliquias já algo riscadas ou a necessitar de cuidados médicos. Pois eis que a madrinha de Malandrinha considerava que as suas prendas, raras por sinal, eram extremamente especiais, pelo que a prenda vinha sempre acompanhada de um "não é para estragar!". Ora que antes ainda da Malandrinha receber a bendita prenda, já a madrinha tinha conferenciado com os papás de Malandrinha, sendo explicita nos cuidados a ter com tamanhas reliquias. Resultado? As bonecas iam na caixa, imaculadas, para cima do guarda-fatos. Eram apenas manuseadas quando Malandrinha estava doente. Claro que doente, Malandrinha não tinha grande capacidade de andar a brincar.

Malandrinha cresceu e as bonecas lá estavam, imaculadas, ainda em caixas. Malandrinha doou todas as bonecas a crianças que, pela graça de Deus, irão destrui-las à primeira brincadeira.